quinta-feira, 23 de julho de 2009

Vitruviano

Uma emoção ímpar. Crédulo aquele que luta até o fim por um desejo. Incrédulo aquele que desiste no meio do caminho, que se rende aos próprios problemas. O problema não está em mim: as coisas vão errado, e irão errado sempre até os outros começarem a olhar para dentro de si mesmos e não ignorar o que está ali. A razão não é inimiga da emoção. O equilibrado as tem andando lado a lado, uma dando moderação a outra, num esquema onde nenhuma dor cresce demais, a razão não deixa, e nenhum pensamento se anestesia demais, a emoção não deixa.
O cientista racional e dedutivo, antes de tudo, precisou ser um curioso. O grande amante, antes de tudo, precisou olhar alguém e pensar sobre sua beleza interior e exterior. A dor vem quando uma coisa não funciona lado a lado com a outra. Assim não há formas de er feliz.
O equilíbrio entre ambas nunca é total, mas em cada um é necessário ao menos um pequeno teor do outro, ou as coisas não funcionam. 
Às vezes nos esquecemos de pensar sobre nossas emoções; elas ficam lá, todas emboladas, batendo umas nas outras, e logo não temos mais como enxergar o que é bom, o que pé ruim, desdém vira ódio, raia vira paixão, amor vira indiferença. Mas ainda não podemos ser indiferentes com nós mesmos, não funciona. Vai estar lá e vai continuar lá, a razão não vai conseguir matar a não ser que já esteja matando.
Tambem podemos nos esquecer de sentir sobre o que pensamos. Os pensamentos correm, e cada um deles vem acompanhado de algum sentimento: sentimento de necessidade de liberdade, sentimento de curiosidade... É desse conjunto que nasce a paixão por qualquer forma de conhecimento, ou por qualquer linha de pensamento: a emoção está sempre pelas beiradas.
Somos macacos racionais e emocionais. Descombinar essas duas coisas é negar nossa própria natureza.


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