Uma parede - empurro um pouco para lá - e uma porta: só há uma saída. Enquanto isso, as quatro paredes se fecham com mais força. E vai ficando pequeno o ar, e falta espaço para esticar-me, e fica tão justo, que dá vontade de duplicar o lugar, e começo então a me debater. Jogo-me de um lado a outro, forçando as paredes para longe e empurrando-as com uma força que mesmo eu desconheço, e abre espaço. E mais coisas ali... E falta espaço de novo.
Quanto mais debato-me, mas energias surgem, e menor o espaço vai ficando, e mais agoniante vai ficando, a sensação de claustrofobia sobre mim fazendo pressão para uma reação, e a tremedeira das mãos deixando-me ainda mais tensa.. Uma pergunta se perpetua no silêncio, em câmera lenta, e se choca contra a parede. Escorre pegajosa e mela o chão. E o chão vai ficando cada vez mais pegajoso. E cada vez mais força preciso. E cada vez mais energia preciso. E o ciclo está começando a exigir mais do que posso suportar. Quando o ar quase acaba, posso até fingir que ainda posso respirar, mas isso também exige esforço. Estou cansada. Batalha sem fim, o mundo brigando para apertar mais ainda...
Assim é a minha cabeça. Talvez eu precise de outra maior, ou outra para usar junto com essa.
Amor fora de sintonia
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Quando eu quero sua atenção, você me dá um novo outro assunto
Se em um dia você me quis, com outra eu estava antes
Nosso amor sempre esteve fora de sintonia
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