quarta-feira, 29 de abril de 2009

Derrota

Cedi às peripécias do éther...
Delgando entre as estruturas ele derrete mole e gelado nas minhas entranhas estranhas... Vou pegar de volta aquele velho brinquedo e tirar a poeira. Como era mesmo que o poeta dizia?
Putz, insônia, nem lembro. De qualquer jeito, nunca disse que estar aqui dentro era sobre jogos seguros, Abel.
- E eu nunca disse que era sobre impulsos e atitudes burras, Cain.

Paixão fulminante

Jamais esperei sentir isso por ele... Ele ficava longe, habitando os meus sonetos, ele e seus acessórios, mas agora fica por perto, parece que perdi minha tendência carioca natural...
Estaria eu cedendo aos confortos do "Tu" e cia.?
Ele fica meio na ponta da língua às vezes, mas na ponta dos dedos e do lápis virou constante; mesmo nas crônicas mais fuleiras, ele é realemnete mais confortável e prático de usar. Aí penso: se o carioquês o dispensou por ser antiquado, e novamente eu o abraço por conforto, por que não fazer o mesmo com outras coisas?
Não existe nada de errado em ser antiquado com certas coisas, ter certas idéias do passado. O romance do passado era pequeno, preso, mas era forte o laço, era sobre certezas. O bom romance não é o do passado, mas menos ainda o de agora. Por que não agora que existe liberdade, combinar a liberdade e deixar o romance crescer sem fôrma, mas ficar sempre lá porque existe uma certeza, uma vontade de para sempre além de qualquer expectativa racional, uma vontade de para sempre metafísica. A combinação ideal para quem é idealista. A combinação mais rara e, em contrapartida, a mais constante: nos seus primieros romances será constante, e irá parar de ser assim dependendo de com quem forem os romances anteriores, o quão bobo se pode ser da vida, o quão atirado e louco se pode ser, e o quanto se pode surpreender ao par, e antes a si mesmo, esperando algo estúpido e sem sentido de uma vida que vai acabar.
Não existe o para sempre, mas a vontade de para sempre alimenta a intensidade; a certeza imaginária de uma amanhã com pés para esquentarem os seus te dá gás para explodir e morrer de amor a cada segund, voltar a vida e repetir o processo. E veja só, "te dá gás". O tu aí novamente...