Devo uma parte de tudo que escrevo aqui a uma pessoa, e não poderia deixar de citá-la, óbvio, sem mencionar nomes.
Meu primeiro soneto surgiu de um devaneio de amor por essa pessoa. Hoje, já chegando ao 200º soneto, tenho muito gosto em deixar aqui minha menção a esta adorável pessoa.
Era uma tarde, tranquila, quando estava eu indo ver essa pessoa. O dia estava ensolarado, desconfortavelmente quente, digamos de passagem. Eu me vesti com minha saia favorita, minha blusa favorita, e peguei meu acessório favorito: minha mochila de morcego, companheira minha até hoje.
Fui feliz da vida, com meu dinheiro. Peguei o ônibus (essa pessoa nunca ia até mim, eu sempre tinha que ficar andando atrás dela) e fui para casa da pessoa. E foi aí que o incidente aconteceu.
Depois de ter me arrumado da forma mais legal que eu poderia, ter posto até perfume (coisa que eu não costumava fazer na época) me veio a pedrada: a pessoa vira pra mim e me diz o quão ridícula eu estou com minha mochila, que aquilo era coisa de criança, que era pra eu deixar a mochila na casa dessa pessoa se quizesse sair na rua do lado dela. Chorei, chorei horrores, por um momento tive a sensação que meus olhos tinham escorregado da cara de tanta lágrima que derramei naquele delicioso dia.
Poupei-me, cega demais para ver que a pessoa só tentava me moldar dentro do seu ideal, que a pessoa não me queria de verdade. Fiquei calada o quanto eu pude. Mas o quanto pude não era para sempre. Todo o falso romanmce, todas as palavras da boca pra fora, todas as grosserias, tudo me entalou um dia. E aí, nunca mais fui obrigada a ver aquele rosto novamente. Confesso que isso me causa um prazer inigualável. Mas toda vez que uso a mochila, me lembro da barreira que derrubei para usá-la. E isso me faz sentir forte.
Dizer e fazer aquilo que os outros recriminam ou repudiam faz parte de todos os seres humanos. Ou você liberta essa parte, ou nunca vai poder dizer que foi pleno.
Amor fora de sintonia
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Quando eu quero sua atenção, você me dá um novo outro assunto
Se em um dia você me quis, com outra eu estava antes
Nosso amor sempre esteve fora de sintonia
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