terça-feira, 25 de novembro de 2008

E aí, aconteceu.

A tarde gelada, mil palavras escondidas no meio das equações matemáticas, dos livros e das fotos a serem tiradas. Um compromisso, um vestido de baile, um salto quase desproporcional... E de repente, eu não senti minhas pernas. Bateu em mim com tamanha força um vazio, uma vontade de mergulhar nas minhas tolices e fingir que não tinha que encarar o mundo com minha face misantropa, desigual e inapropriada. Apertos incomuns, uma vontade explosiva de correr para onde minhas pernas mandavam, até que eu pudesse voltar a senti-las. Aí descobri que era a primeira vez que sentia saudade de alguém que não fosse eu mesma. Apesar de saber que eu estava longe demais para me alcançar, gritei por mim... E eu não estava lá. Estava em outro lugar distante, sem alma e sem metade, sem graça e sem cor alguma, sem formas belas de se ver sem algo em que segurar para evitar algo que acontecia desde um fatídico dia num lugar imundo: minha queda. Cair, o que tenho feito além disso? Mergulhada em belas ilusões desiluditivas, apertada entre a mentira iminente e a verdade azeda e escondida onde ninguém consegue alcançar. Nada vale, nada mesmo, um oi no meio da madrugada, uns minutos de insônia insignificantes nos 86400 segundos do dia? Era a verdade azeda que voltava, era azedar totalmente de tudo, era voltar a ver a vida em preto apenas, depois da evolução de enxergar branco e nuances entre essas duas cores. E aí, aconteceu a ideia. E a ideia, me despedaçou, depois pisou em mim, depois me engolir, depois me vomitou ardida, séria, insana, descontente, redescoberta. Não importa quantas palavras de 2+2 eu diga, nunca vai valer; nunca vai significar nada, nunca vai ter lógica insuficiente no que eu digo. E agora me afogo nos oceanos do sono, pois lá posso fingir que não existo.