quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hoje acordei...

... com uma estranheza na alma, como se me faltasse alguma coisa... depois de um sonho doce, de final triste, ou pelo menos até onde eu vi acontecer foi triste, acordei com essa sensação suave de estar incompleta. Confesso que raramente me acontece e que o que me completa nesses dias é aventura, nunca ventura, mas somente um pouco de ventura, por hoje, transformaria meu dia... e ver seu cabelo escuro balançando ao vento.
É um vazio suave, com um suave vácuo, que suga de maneira igualmente suave, um nada frio, um buraco que se enche com neve macia. E aí, o pensamento se distancia desse plano e sobe milhões de degraus, e a consciência perde todo seu contato com o que os outros chamam realidade. Mas o que é mais real que o pensamento mais concreto, que não desaparece nem ao fechar dos olhos? 
E o dia se estica, preguiçoso e cinzento, e deixa espaço pra se falar dos sentimentos. O que seria de alguém que gosta tamanho de falar sem eles, se eles não acinzentassem, ao menos algumas vezes? Há quem discorde, apesar de tudo. Eu ainda acho que os dias cinzentos se espreguiçam mais, e deixam mais espaço pra coisas que não pertencem ao plano material.
E no fim, o que sobra desses dias ou é uma melancolia doce, ou uma saudade encolhida, silenciosa... hoje, ficarei com a saudade.