segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O sentido de tudo...



... está nestes oito olhinhos.
Oh, deuses, o que foi que eu fiz??

Sobre mim

Um, dois, três e... Plim! Eu não estou mais ali. 
Sempre foi assim, e assim sempre será. E a realidade nua e crua. Vou embora quando você menos esperar, efêmera como uma baforada de fumaça, indiferente como o cheiro do éter, fluida como um punhado de água, discretamente, e a cada segundo. Você não é bom (boa) o suficiente para mim. Nunca o será. Se fosse, eu ficaria. Fiquei para todos que o foram. Quem me manteve por perto sabe que não é difícil e não tem mistério: esteja longe o suficiente para não me esquentar, perto o suficiente para saber que meu peito mal se move se eu respiro, e que, a qualquer momento, eu vou parar somente para te deixar desesperado (a). Saiba minha cor favorita do momento, mas não compre nada dessa cor; preveja qual será a próxima, e realmente, por estranho que pareça, quem prestou atenção sempre sabe. Vai refletir nos meus olhos, como refletem os sons, os sabores, além das formas e gracejos e texturas e temperaturas, antes que eu já tenha sentido/provado/tocado/etc.. E nunca, NUNCA vou admitir que alguma hora vai repetir. E nem que você errou. E conforme-se com isso.
E tem aquelas coisas também que eu cobro - e como cobro! - do tipo, me dê valor, lembre de mim, sou tímida, se não cumprimento na rua significa que acho que você não vai responder, porque se você for importante, vou te ver de tão longe que vou corar e não conseguir pensar em nada para te falar. E o pior que isso vai fritar meu cérebro e eu vou acabar dizendo alguma coisa idiota e sem sentido como "obrigada eu" ou "ah, que isso" para o seu bom dia. Se você gostar de mim, vai achar graça e talvez até ria, o que só vai me deixar mais nervosa. Mas vou ficar satisfeita com tal.
Acredite no que eu digo, mesmo que seja confuso e perturbador, por que sabe qual é, mermão? Não custa nada. Da mesma forma que dou a qualquer um o benefício da dúvida, tenho esse direito. Não, a sua verdade não é absoluta. E sim, existe sim todas aquelas coisas que eu vi na água, se você visse devia se considerar felizardo. 
No termômetro da inteligência existem três degraus: o ignorante acéfalo feliz, o niilista infeliz e desiludido, e onde eu estou. É ali que tristeza/felicidade não importa. Não importa qual eu sinto. O prazer das coisas está acima disso. Quem me conhece sabe do que eu falo. Quem não conhece, nunca vai entender.
Quando eu como, gosto que seja colorido o prato; quando durmo, detesto calor humano, não sou alimento para ninguém de ego ou coisa do tipo, apenas falo a verdade. Sou a rainha do sincericídio, porque o rei é meu melhor amigo; não sinto medo de quase nada, aprendi a fingir que não sinto o que eu sinto; e você nunca vai saber o que é o que ao certo, e quando souber, nunca vai admitir que sabe.
E sim, eu gosto da solidão mais do que dos outros, é por isso que escolho tanto. Não vou cuidar de ninguém que não cuide de mim. Não vou exigir menos da pessoa do que ela exige de mim. Não vou dar a pessoa mais do que ela consiga retribuir. Não vou receber mais do que eu possa retribuir. E odeio excessos emocionais. Basicamente desprezo quase todas as emoções, por isso vou ter sempre o cuidado de me manter longe delas. Venhamos e convinhamos, são apenas pilhas burras de hormônio para te fazer acreditar que algo é o que não é. Melhor gastar essas substâncias do corpo para coisas mais legais, como metabolismo de comida. Mas sinceramente, sinceramente mesmo, vou respeitar as dos outros, se os outros forem tolerantes o suficiente para respeitar minha implicância por elas.
Sim, eu tenho obsessões/compulsões/manias/vícios/cismas; tantas que vão te fazer se perguntar se eu tenho mesmo a idade que tenho, ou se sou 40 anos mais velha do que está na minha identidade. E se a mesma pergunta acontecer também para a idade oposta, vocês estará finalmente me enxergando. Aí, vou te adotar como pessoa eterna na minha vida, te chamar de irmão (irmã) e dizer que minha vida não é nada sem você, ou que não era nada quando nos conhecemos, e depois passou a ser. Se não for assim, lamento. Você não me cativou. O problema não é que você não fez ou não consegue ou o que for, só não aconteceu. Não vai ser sempre do mesmo jeito. Eu não sou um troféu. Existem pessoas mais complicadas que eu, e eu  não as cativei. E não morri por isso.
E nada além disso. Sem ainda mais frescuras. Sem fórmula química. Quem não me cativou, seja sábio e me deixe em paz de vez. Quem conseguiu uma vez e não gostou, saia do maldito barco logo, antes que ele afunde. Quem cativou e gostou, não jogue tudo para o alto... chega.
A verdade mesmo, é que meu tempo está contado.