segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Claustrofobia

Uma parede - empurro um pouco para lá - e uma porta: só há uma saída. Enquanto isso, as quatro paredes se fecham com mais força. E vai ficando pequeno o ar, e falta espaço para esticar-me, e fica tão justo, que dá vontade de duplicar o lugar, e começo então a me debater. Jogo-me de um lado a outro, forçando as paredes para longe e empurrando-as com uma força que mesmo eu desconheço, e abre espaço. E mais coisas ali... E falta espaço de novo. 
Quanto mais debato-me, mas energias surgem, e menor o espaço vai ficando, e mais agoniante vai ficando, a sensação de claustrofobia sobre mim fazendo pressão para uma reação, e a tremedeira das mãos deixando-me ainda mais tensa.. Uma pergunta se perpetua no silêncio, em câmera lenta, e se choca contra a parede. Escorre pegajosa e mela o chão. E o chão vai ficando cada vez mais pegajoso. E cada vez mais força preciso. E cada vez mais energia preciso. E o ciclo está começando a exigir mais do que posso suportar. Quando o ar quase acaba, posso até fingir que ainda posso respirar, mas isso também exige esforço. Estou cansada. Batalha sem fim, o mundo brigando para apertar mais ainda...
Assim é a minha cabeça. Talvez eu precise de outra maior, ou outra para usar junto com essa.

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