segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

...

- Onde estará?
Estava ali! E ali não vejo
nem estimo
onde há de estar 
nem um gracejo
nem o olhar
nem a casca de um percevejo
deixou no lugar
Sumiu! Onde pode estar?
Vaporizou discreta
desmontando um castelo
e levando o belo
em linha reta
desmontando o altar
retesando a esfera
que havia de deixar
e represando 
arredia
todo ganho
vadiando
arrastando o ar.
Por onde andaria?
Porque não deixou
nem pedra
nem aspereza
nem o aipo
que outrora
levou a mesa
nem graça, metástase, alteza
nem vontade.
Andaria na noite?
Arrepiando os montes,
procuro e nada
procuro numa vereda
remexo na varanda
ao menos haveria
de haver
um sinal.
Procurei ardendo
uma fúria crescia
uma ira arrepiada
mas estava perdida,
perdida de estar.
- E eu te digo:

Essa é a pergunta
que há de morrer
na tua barriga
que na tua espera
há de gritar
e a voz apertada vai passar batida
e a ferida que deixa
não vai fechar
Pois sou essa coisa bandida
que te suga a vida
e te faz amar
e te cresce na esperança
e te carece na espera
e quando menos puder imaginar
já passei desapercebida
levando a esperança
a esperteza
e a confiança
e deixando na ruína
toda a tua sina
de me querer e eu não te amar!

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