domingo, 19 de julho de 2009

Andança

Andei e andei, não estava só. Chorei no seco de uma dor que vai cicatrizar. Calei qunado foi a hora certa e soube rir gostoso, deixar ser natural. Provei uma sensação que já tinha esquecido como era...
Como é isso, se é incondicional? O que se faz para retribuir? Sinceridade. Como retribuir o que não é completável. Gratidão e boa vontade. Como estragar tudo? Iludir.
As verdades que são tão verdades se suavizam na caminhada... As mentiras tão punjentes desaparecem num lampejo de razão. A dor é grande, não preciso distribuir. O alívio é relaxante, preciso compartilhar. Rir da vida uma tarde inteira não se paga com nada. Apenas com riso, bem-estar, sinceridade. Ainda está lá. Mas está calmo. Nenhuma vontade de ser impulsiva, nenhuma vontade de gritar. Isso ajuda a ser forte e manter a decisão. Boas palavras e boa companhia não são pagáveis. Nada vai mudar o fato. Sangra. E deixar de sangrar é tempo, mas ajuda ver o tempo passar tão agradável. Menos revolta? Sim. E só por hoje, ela vai amenizar, eu vou conseguir dormir.
O silêncio agonia? Sempre. Mas são coisas que a distância ensina a lidar. Sofrimento mais? Sofrimento nulo. Impossível ficar pior. Mas daí fica tranquilo ficar melhor.
E hoje, depois do dia? Não dava para ser melhor. Calma, cansasso, andança, visão, espairecer tranquilo do frio. Nada para sentir que foi erro. Nada para achar errado. Tudo para achar sereno. Eu também durmo. Talvez as drágeas branquinhas não façam tanta falta quando posso apenas existir intensamente aquilo que sou.
Selvagem, descabelada, desencucada, impaciente, racional, amando.
E nada das porcarias que se possam ser feitas, a partir de hoje, vão mudar isso.
Guardo a pintura.

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