sábado, 12 de setembro de 2009

Era uma vez... (III)

...a Tristeza. Era gelado ali onde eu estava, era solitário. Ao meu lado, havia alguém, e esse alguém ali era como se não houvesse. Tentei correr de muitos demônios interiores, tentei achar um caminho paralelo à aquilo tudo. A sensação de querer e não ter, a sensação de devir por dentro, embaixo da máscara, uma voz que gritava coisas estranhas aos meus ouvidos. Eu estava incompleta, despedaçada, e sem forças para juntar. A esperança foi desfeita por palavras cruéis. O sonho bonito descia pelo ralo. Metade de mim era dúvida, a outra metade era fuga. Por dentro, eu estava segura. Minha casca endureceu, e eu dei adeus àquele que tanto de mim havia tomado. Juntei minhas poucas partes intactas, levei embora de toda aquela desilusão. 
Eu via que meu amado continuava seguindo seu caminho, eu via que o que estava ao meu lado fazia o mesmo, mas tudo que eu sentia era tristeza. Algo faltava, algo que eu não entendia direito o que era, mas era insistente em me deixar naquele estado... Eu apertava lembranças entre os dedos, e as coisas seguiam seu curso sem mim. Logo uma outra moça estava ao lado dele, e eu finalmente consegui me libertar da pessoa que estava ao meu lado. Outra pessoa havia igualmente se prostrado ao meu lado, paciente e submisso, e logo, tudo que eu era era saudade. Solterrada sob os momentos engraçados e bonitinhos que eu vivia na época, senti um alívio suave. Foi uma despedida e as notícias que eu recebia de tudo eram sempre de terceira mão. Eu perdi a noção do nosso tempo, do nosso espaço, passei por alguns maus bocados, mas nada que não tenha ido escoando e desaparecendo. E o resto de 2007 assim foi, e eu não voltei mais lá. Na minha cabeça, sabia que ele provavelmente nem lembrava mais de mim. Talvez, num plano mais externo de consciência, eu também não. Fechado. Bloqueado. Conformação, coisas reunidas nas mãos, e não voltei. Nunca mais voltaria. Tudo ali ficara no passado e no substrato. E no decorrer, eu já não precisava mais dele. Aprendi a levar as coisas sem o que eu desejava com minhas forças confusas no meu interior. Adeus.

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