terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pragejar..

Praguejar é uma arte. Semelhante ao que se faz num repente, se usa termos já conhecidos em sequência instintiva para formar cadeia, que diferentemente, não necessita rima. O conjunto de termos precisa se encaixar semanticamente de forma a criar uma repetição de uma característica, que pode ser a mesma, ou pode ser semelhante, seja xingamento a uma pessoa ou situação. 
O praguejar não é para qualquer um. É necessário um certo talento em usar palavras fortes e saber aplicá-las nas mais diversas situações, incluindo diretamente ao interlocutor, o que cria certa dificuldade, além da chance de resposta. Interessante como alguns tem um dote natural para tal, um jeito bem estilizado de fazê-lo. Fora que é uma forma interessante de intimidar o interlocutor, além de descarregar uma quantidade grande de stress de uma única vez. 
Com a carreira certa de preguejos, até o maior homem se desmonta para a menor mulher... E ultimamente, eu e o preguejar temos estado muito ligados. Praguejar tem virado mais que uma rotina, mas uma tendência tão natural quanto sorver de um copo com água num momento de sede ou esticar as pernas ao acordar - coisa tal que me tem sido de grandisíssima utilidade. Uma inspiração, uma passada de língua nos dentes, e logo uma sequência estruturada de palavras que, em separado, são apenas palavras, mas em sequência, faz surgir o efeito: uma explosão bela, em voz baixa, de todos os demônios que vem me incomodar. Dessa forma tenho procedido em diversas situações, ultimamente bastante contra um certo indivíduo em especial. Não é muito do meu feitio tolerar esse tipo de agressão pelas costas. Mas em breve, as coisas vão melhorar, ah se vão!, e minhas pragas voltarão a ser direcionadas a quaisquer outras coisas inúteis da minha vida...

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