terça-feira, 7 de julho de 2009

Quisera

Quisera eu num humilde momento poder relaxar os olhos e contar cegamente com quem eu deveria contar cegamente desde o começo. A realidade machuca, não tenho ninguém para me ajudar, mesmo quem me prometeu fazer isso, simplesmente se recusa a cumprir a própria maldita promessa.
A solidão alimenta meu amor-próprio; existe forma melhor de me sentir feliz comigo mesma do que não ter que ouvir da única pessoa que eu esperava compreensão coisas que só servem para eu me sentir pior? Uma vozinha minha que grita o tempo todo está me deixando tonta. Talvez seja a auto-defesa ou a vontade de sumir, talvez sejam as duas coisas, porque com certeza se eu sumisse, todo esse ciclo de agredir por amar, amar por poder agredir, violentar os desejos e vontades meus, tudo isso, acabaria. Eu estaria a salvo de mim mesma, e de você.
Eu já vejo, bem longe, as coisas ficando cada vez piores; vejo daqui pra frente a relação de controle se intensificando, eu ficando ainda mais sufocada. Vejo minha dor vazando pela minha pele rompida novamente e vejo cada um dos momentos bons desaparecendo, em cada um deles! - aflorando, delicadamente - uma grosseria, um fim do dia onde sou ignorada, uma lágrima que derramo na solidão ou uma vontade que não cumpri porque minhas demonstrações sempre te parecem tolas, fúteis e menos valiosas.
Talvez eu tenha cansado, talvez não seja mais eu quem vá te tirar da forca. Por tanto tempo precisei de tua proteção, mas fiquei a mingua, esperando sempre, pelo menos, o menos doloroso que poderias fazer, mas NUNCA o tendo...
Não adianta, não tem solução, não tem volta! A tua hipocrisia vai matar tudo que ainda há de bom para você em mim.

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