terça-feira, 5 de junho de 2012

XXXVI

E esperando ela se curva fria
desmanchada como a flor seca de inverno
e ansiosa, ela queima no fogo do inferno
os desejos, um a um, que um dia cria.


E trêmula e calada ela espera
e anseia que o sorriso volte a vida
e remenda com tricô a ferida
e se prepara para a próxima primavera.


E emocionada, se torna pra trás
e com um pincel, pinta o passado
de cores diluídas em aguarás


E se levanta, e caminha pro futuro
que vê contra a noite a luz que se abre
explodindo em notas no escuro.

Nenhum comentário: