Eram mil vozes... Todas gritavam coisas diferentes, de locais diferentes, e todas se cruzavam em um único ponto de interesse: eu. Era de toda parte as lufadas de som, todas gemidas, cheias de loucura e desatino. Havia chamados de luxúria, gritos de vaidade, e ira, pois não havia resposta...
Serpenteava oculta
entre a carne chamuscada
e a iminente catapulta
existente na linha limítrofe
da natural sacada
e da irraigada vulva.
Estava gelada
transmitindo o arrepio
do arredio baço
até o braço
e descendo redenta
pela carne sangrenta
e oscilava dela
desse àquele lado.
E ficara molenga
ao mínimo relato
do cérebro cretino
sobre qualquer coisa
que entre desconfiança
e andança
houvesse em aliança
e fizesse do caibro
o cabresto do cachimbo.
Caída de lado
paranóica e rebelde
retesara austera
a espera
e o legado
de toda atmosfera
bem ali do seu lado
no pâncreas metido a besta.
E a coluna olha de vesga
e debate quieta,
observando, esquizofrênica,
a estética do absurdo
e vendo novamente sua existência
saliente eloquência
ressequida, decepcionada
permanece na sina de viver
sem ser valorizada
azeda e mal-amada
emoldurando o duto
intrigueira e assustada
segue imprensada
entre o pâncreas,
a carne chamuscada
e o arrepio de tudo.
Amor fora de sintonia
-
Quando eu quero sua atenção, você me dá um novo outro assunto
Se em um dia você me quis, com outra eu estava antes
Nosso amor sempre esteve fora de sintonia
...
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