quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

21/01/2010

Chorei uma ou duas lágrimas de vidro, depois fechou. Elas desceram rasgando a cara e a boca e parte da língua e um pouco o pescoço e os dedos teus. Era esperado, era fatal. A tristeza, apesar de tudo, é bela: rota e maltrapilha, feita de cacos de vidro ensanguentados, mais, ainda sim, bela. Essas coisas acontecem. São sementes que nascem, crescem e dão flor. A raiz fica forte com o tempo e quando a flor que nasce não é aquela que achávamos que seria, vem novamente o inferno de ter de arrancar. Está fixa, forte e viva, mas se não é arrancada logo, quando chega o limite do absurdo, ou está forte demais na terra, ou morre e deixa a terra impossível de plantar mais. E ali, se a tempo, pode crescer outra semente, de igual beleza, mas de uma planta diferente; se diferente disso, nunca mais há de nascer nada ali.
Quem acreditou, acertou. Quem desacreditou, também acertou. No final, quem perdeu foi eu e ti, o resto não interessa a ninguém. Tentativa e erro, ficaram as coisas boas. Foi legal tentar.

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