Assunto complicado? Sim.
Consegue imaginar aquilo que deveria te ajudar atrapalhando sua vida? Piorando ainda mais a situação? Prejudicando seu corpo e sua qualidade de vida? Pois imagine. Não se cegue. Não é porque um cara é formado em algo que ele é a verdade absoluta e o saber. Cuidado, pense sobre si, pense sobre as vantagens e desvantagens, conheça a si mesmo, e decida: não deixe ninguém decidir nada por você.
Clorpromazina
Você, já ouviu falar do Amplictil? É o nome bonito para o nosso amiguinho acima. Alguns anos depois eu descobri que ele, e os outros priminhos dele que eu tomava na época pós-internação (anti-depressivo, ansiolítico) deviam ser ingeridos com leite para evitar problemas graves no estômago. Engraçado que eu não entendia porque, quando os tomava, esmagados, na clínica, minha garganta ardia, ficava dormente, e depois dolorida... Hoje eu sei. Meu eu da época? Eu falo um pouquinho dele.
Olá, prazer, eu sou a Nightwaliker, tenho 17 anos e problemas nos rins e gastrite. MInha vesícula vive me sacaneando e eu tenho, fora isso um bom estado de saúde. Estou tendo surtos terríveis de auto-mutilação e odeio o mundo, exceto meus amiguinhos e meu namoradinho. Sou bonitinha, tenho um peso bom para minha altura, mas emagreci muito na internação, meu cabelo longo e cacheado está quebradisso, estou anêmica por problemas com a alimentação dentro da clínica, mas estou me recuperando... E tinha esse carinha, esse comprimidinho branco. Eu o tomava todos os dias de manhã, e não conseguia comer de manhã, mas fazia um esforcinho, afinal uma maçã até que desce, ou uma pêra, porque tomar remédio de estômago vazio faz mal, não é mesmo? Qualquer idiota sabe disso.
Essa era eu na época. Coisa fofinha..., Não conseguia manter a cabeça de pé por causa do sono, fazia pré-vestinbular e não passei para nada, ninguém sabe porque... Talvez porque eu sentia tanto sono, TANTO SONO, que nem que passasse a orquestra russa explicando o maldito conteúdo de física, eu ficaria acordada. Sorria, você está sobre controle, sem surtos, fumanbdo feito uma condenada, mas sem surtos - sem vida, sem ânimo, sem sorrisos largos, sem vontade de existir... mas sob controle! Parabéns! Dores abdominais fortes, deve ser gases. E eu tomava remédio para gases, e não melhorava. Até o dia quer notei que, nervosa, a dor piorava. Eu comia compulsivamente para tentar fazer a dor parar, e não parava. E minha vida melhorou? Não, desculpe, piorou, beijos. Gastrite nervosa foi o resultado que a endoscopia mostrou, coisa da qual eu nunca haviua sofrido antes. E essa é a primeira história que me fez desacreditar da medicina psiquiátrica.
Haloperidol
Sabe aquela dragueazinha tão famosa, todos falam nela para tratamento de esquizofrenia e outras patologias relacionadas, contém os surtos psicóticos e as visões? Contém mesmo? Ajuda mesmo? Não a mim. Essa é a história de como eu decidi parar de tomar essa medicação.
Estava em situação grave de depressão, e o desespero da falta de apetite e da angústia me levaram a procurar um profissional. Dentre outros 3 medicamentos, me foi receitado o tal. Temi um pouco, mas o médico procurou me deixar tranquila, dizendo que a rigidez muscular seria reduzida por um dos medicamentos que ele me receitava, um certo anti-alérgico. Bula na mão, medicação a postos, fui para casa com um sorriso no rosto. E assim foi por algum tempo. A combinação bombástica de medicação me causava um sono surreal, eu dormia quase o tempo todo, quando não estava dormindo, sentia sono; não conseguia formar uma oração composta sem me enrolar, meus pensamentos pareciam anestesiados, era como se todas minhas capacidades mentais tivessem sido reduzidas a um décimo do que eu tinha antes. A falta de ânimo, a falta de vontade de levantar da cama não melhoraram; eu apenas tinha esperança numa recuperação - que não viria. E nesse contexto, se passou o episódio da estação das barcas.
Era um local até com pouca gente, eu havia comido algo antes de entrar e aguardava o horário de partida. Foi quando vi algo que jamais me esquecerei, que jamais do tipo havia visto antes. Estava ali, perante meus olhos: um crocodilo, e dos grandes! Apavorada, tentei mostrar ao rapaz que me acompanhava o que eu via, que não podia ser possível! E que o bicho estava me chamando, pelo meu primeiro nome, me ameaçando, dizendo que ia me devorar!!! O que fazer?? Eu entrei em surto. Com toda boa vontade, o rapaz me acalmou, falou comigo, disse sobre eu deixar o jacaré de lado, que o bicho não ia me pegar porque ele estava ali (e quem seria idiota para num momento daqueles me chamar de doida e dizer que não tinha nada ali? Acredite quendo eu digo: muitos! E piorariam ainda mais a situação). E o animal falava que ia me pegar, me mandava pular na água para eu ver só o que ele faria, me ameaçava, eu em desespero, suando... Depois eu soube que disse coisas que nem lembrava direito, todas sobre o animal, algo de arrancar os cabelos.
Relatei ao meu médico, ele achou que o medicamento não era suficiente, aumentou algumas coisas. Minha mãe, desesperada, sem saber o que fazer, me levou a outro profissional. Lá eu descobri que o haloperidol pode ter efeito oposto ao esperado em alguns organismos. Era minha segunda prova de que médico algum é a verdade e o saber absolutos.
Então, não, obrigada, mas eu amo meu corpo, não encher ele de porcarias apara me adaptar a esses padrões ridículos pré-impostos pela sociedade de normalidade. Eu NÃO VOU ao seu psiquiatra, NÃO QUERO o telefone do seu bom médico, minha vida é linda, e sim, eu não preciso dessas porcarias que vão me matar antes que o cigarro teha chance de fazê-lo, ou que podem me deixar completamente estragada para o resto da minha vida. Fique com seu método, eu tenho o meu: tenho meus "problemas" desde quatro anos de idade, e não morri ainda. Não é agora que um bando de laceraçõezinhas no braço vão me matar.
Amor fora de sintonia
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Quando eu quero sua atenção, você me dá um novo outro assunto
Se em um dia você me quis, com outra eu estava antes
Nosso amor sempre esteve fora de sintonia
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