domingo, 23 de agosto de 2009

Felicidade

Uma vez me disseram que para se ser feliz junto, antes precisamos ser felizes solitários. E eu li que estar com alguém deve ser porque queremos e não para não ficarmos sozinhos. Dito e feito. Ai vida vem e me ensina outra lição.

Deito a cabeça no travesseiro e lembro do dia. Um dia que começou de manhã, e só terminou de manhã do dia seguinte, 24h acordada... Lembro dos sorrisos, dos sabores, do seu olhar... Absolutamente magnético. Vejo como é simples ter motivos para sorrir - novamente. Um copo plástico na mão, uma mão na outra mão, passos pequenos, um perfume suave de passeio, e mais sorrisos. Como é fácil sorrir quando você simplesmente sorri e não fica procurando motivos e justificativas para o sorriso; como é fácil rir quando você simplesmente ri, sem se perguntar muito se a reação é inteligente ou não. Derramar refrigerante na calça, um curativo na perna; um riso, um sorriso. Ser salva de cair numa poça por um amigo, um riso. Hi-5 com um outro amigo, outro riso. Um beijo, um sorriso...
E rindo e sorrindo, as coisas voltam a ser coloridas. E sendo apenas o que sou, as coisas voltam a fazer sentido, mesmo sem ter sentido algum. Uma mão que se vai, outra que se estende; sem códigos, premiças ou premeditações. Simplesmente é. E está por toda parte. É o cheiro da felicidade, inundando minhas narinas embriagadas de amor; é seu suave toque na praça, no meu cabelo bagunçado de ventos e romance. É a coisa mais anti-linear e mais confusa do mundo, mas quem acha uma vez, não a perde mais. Mesmo que ela durma, ela continua lá.
E se o mundo acabasse hoje, nesse momento? Não sei, e nem importa. Porque as coisas só são como são, e viver feliz por elas é uma dádiva. Porque está na hora de parar de culpar os outros pela tristeza. Poruqe está na hora de cair a ficha e de ver que a felicidade vai além dos atos, é só um estado de espírito que não se modifica quando simplesmente a queremos. Sem lutar. Sem perder ou ganhar. Não é a vitória, não é a sorte, mesmo que essas ajudem. É mais que isso. Quando queremos algo assim, simplesmente nunca provamos. Porque mesmo que o mundo exploda, quem quer tem e pronto. Uma lágrima delicada pode delinear um aceno de mãos. O coração pode acelerar e doer de tanta força que usa para bater. Quem quer é e pronto. E está além das coisas boas ou ruins que acontecem. Está além do corpo. Além da dor de uma saudade comprida, de um friozinho na barriga quando estamos satisfeitos. Abrir os braços e abraçar não depende só de quererem um abraço quando não se quer abraçar. E a felicidade faz assim. Quando queremos, ela simplesmente volta.

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