segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Bala - cont.

A bala corria úmida no ar. Atravessou o limite da janela, estava em novo território. Estava áspera, morna, descontrolada e tonta. Caiu na varanda próxima, rolou um pouco no chão e ficou inerte.
O calor se desfazia no ar, era levado pela brisa suave que cismou de passar. Mal esfriou, perdeu a vida.
A bala morta, jogada, deprimida da própria morte... Logo foi aos lábios de um incrédulo, derreteu na boca deste, saborosa e adocicada. Virou caramelo, desceu líquida pela garganta, e começou a ser digerida. Ainda cheirava a sangue, e rapidamente esquentou novamente; ficou viva!
Balançou um pouco, encontrou o caminho da luz num jorro quente. E desceu feliz pela privada.

Um comentário:

Plum! disse...

Obrigada. Eu vo tentar lembrar disso. A verdade é que todo mundo sabe no fundo que tem que viver momento por momento sem esperar grandes coisas, mas acabamos esperando mesmo assim... as vezes eu me odeio por isso.
Alguém usou uma bala de comer pra atirar ou foi o frankstein que comeu a bala de metal? Brincadeira. Ta bem escrito, eu só não captei mto bem o sentido i_i