Foi um tiro no escuro. Ela girou a roleta russa tão rápido que ficou tonta... Olhou tambor numa velocidade alucinante, vibrou com a sensação da dúvida, e convencida da sua decisão, disparou o revolver 38 quatro vezes na direção da própria boca. As quinta e sexta vez não disparou. Seu corpo não mexia mais.
O estrondo no quarto fez as paredes vibrarem.Os que estavam no quarto, esperando suas vezes de tocar no ferro frio, gelaram. Gelaram tanto que ficaram mais frios que o ferro. O suco vermelho espirrou na cara de um deles, que nem ao menos conseguiu gritar. Deu esperanças para quem esperava que a brincadeira perigosa terminasse. Em vão.
A bala não derreteu na boca. Não era um caramelo, tinha gosto de pólvora, mas não deu tempo de sentir gosto algum. Ela rompeu o céu da boca, e o tecido macio que preenchia toda cabeça, finalizando cm sua saída, e junto dela, pedaços rubros pegajosos. Era o fim.
Os que estavam na sala correram para o quarto. Das quatro pessoas, três estavam geladas. Apenas uma quente, jorrando valvularmente da cabeça, ainda tinha algum calor no corpo. Era uma tragédia, uma tragédia medida e pré-meditada. Azar do mundo, mais um individuo caiu. A culpa era da pessoa que atirou contra si? Era do mundo mau? Era do azar? Era da teimosia, da adrenalina do momento? Não.
A culpa era da bala.
Amor fora de sintonia
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Quando eu quero sua atenção, você me dá um novo outro assunto
Se em um dia você me quis, com outra eu estava antes
Nosso amor sempre esteve fora de sintonia
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