Cansei de me deter
cansei de me algemar
cansei de contar as horas que deixei de respirar
Fingir que vou vencer
como se houvesse o que ganhar
fingir sobreviver
num lugar em que sempre faltou ar
Cansada de cair
sem ninguém pra levantar
e os pedaços ter de pedir
ajuda pra juntar
ajoelhar e ter que servir
e pedir e ter de implorar
mascarar e ter que sorver
o amargo do suplicar
E abaixada ter que ceder
e cedida ainda ter que esticar
e esticada ter de prover
e desprovida ter que doar
E quebrada ter que me erguer
e erguida nos vazios sombrios
abrir os olhos no escuro
e realizar que estou sozinha
perdida em comida cara e falso arminho
num mundo mentiroso e mesquinho
nas mãos de um Rei sem rainha
no caminho de quem solitário caminha
provendo abrigo àquele que tira
e a quem se implora por ajuda
a se recolher
os pedaços tristes que sobram no fim
de uma tarde de domingo
e de um monte de bobagens superficiais.
E no fim sobra uma rosa
e uma vontade que não há de calar
de saber como seria o dia
que houvesse um dividir verdadeiro
um desejar certeiro
sem a diluição da decepção passada
um renascimento de um que talvez um dia existisse
e se perdeu nas garras
das descrenças das mesmas mentiras que hoje conta.
Só existe uma peça pra cada metade,
uma metade de algo este seria
completando um algo que não eu.
E eu me sento
e espero o Ar
tímido, voltar a se aquecer
na clareira desconhecida
dos eus que ainda estão por vir...
cansei de me algemar
cansei de contar as horas que deixei de respirar
Fingir que vou vencer
como se houvesse o que ganhar
fingir sobreviver
num lugar em que sempre faltou ar
Cansada de cair
sem ninguém pra levantar
e os pedaços ter de pedir
ajuda pra juntar
ajoelhar e ter que servir
e pedir e ter de implorar
mascarar e ter que sorver
o amargo do suplicar
E abaixada ter que ceder
e cedida ainda ter que esticar
e esticada ter de prover
e desprovida ter que doar
E quebrada ter que me erguer
e erguida nos vazios sombrios
abrir os olhos no escuro
e realizar que estou sozinha
perdida em comida cara e falso arminho
num mundo mentiroso e mesquinho
nas mãos de um Rei sem rainha
no caminho de quem solitário caminha
provendo abrigo àquele que tira
e a quem se implora por ajuda
a se recolher
os pedaços tristes que sobram no fim
de uma tarde de domingo
e de um monte de bobagens superficiais.
E no fim sobra uma rosa
e uma vontade que não há de calar
de saber como seria o dia
que houvesse um dividir verdadeiro
um desejar certeiro
sem a diluição da decepção passada
um renascimento de um que talvez um dia existisse
e se perdeu nas garras
das descrenças das mesmas mentiras que hoje conta.
Só existe uma peça pra cada metade,
uma metade de algo este seria
completando um algo que não eu.
E eu me sento
e espero o Ar
tímido, voltar a se aquecer
na clareira desconhecida
dos eus que ainda estão por vir...
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