terça-feira, 26 de julho de 2011

addendum II

- Você realmente acredita nessa bobagem?
- Sim eu acredito.
Meses se passaram e logo eu havia caído dentro de um poço fundo. E aí eu disse:
- Você realmente acha que eu ainda acredito?
- Eu tenho certeza que não.
E sentados o tempo passou devagar. E ninguém pode imaginar, de verdade, que o próximo vai mudar tudo.
E o próximo perguntou:
- Então você não acredita mais?
- Não.
- Seria ótimo se acreditasse, você ainda é jovem pra deixar de acreditar.
E talvez fosse isso se não fosse todos aqueles diários cheios de draminhas internos e pequenas tristezas intermináveis. Ler aquilo era fermentar bosta, sim, mas como ter valido a pena se dessa merda não desse pra se tirar ao menos alguma coisa a aprender?
E aprendendo, você vai vendo o quanto foi tola. Você percebe o quanto pessoas mais novas em geral podem ser tolas. O quanto menos tola a idade te torna. E você vê que não tem, de verdade, ninguém que seja bom. Isso não muda o fato de que haja sim alguém que seja bom pra você.
No fim, acabei ficando escrava de ilusões. Hoje são verdades, e são meio duras de engolir depois do tanto que ouvi delas e elas eram mentira. Dessa vez não são somente palavras e é confuso crer que essa diferença é real, mesmo ela sendo mais palpável que esse computador; o medo faz esse tipo de coisa com a gente.
No fim, acho que eu to me lavando dessas coisas negativas do passado, por isso eu acabo falando. Quando estiver lavadinho, como se lava um quintal, eu vou poder dizer de novo certas coisas. O engraçado é não precisar mais dizer que acredito. Foi o jeito do mundo me provar o que era certo. Assim como dizem dos magos, que não precisam de fé porque eles simplesmente O viram. Não é preciso acreditar na gravidade, ou na decomposição, tá acontecendo aí, é só olhar.
E eu to olhando.

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