quinta-feira, 10 de julho de 2008

Peças da Mente

Descobrindo as peças que a mente pode pregar...
Hoje acordei confusa, sem conseguir distinguir com clareza o que era sonho e o que era realidade. Bati-me na cama por alguns segundos, me vi perdida numa Babilônia interminável de prédios e catástrofes. Uma grande queda era só a consequência que eu já aguardava por tudo que tem acontecido, mas eu não caí; inexperadamente, me vi flutuando fora do ar...
Acordei assustada. Era um sonho novamente. Minhas pernas batiam-se umas contra as outras numa atitude que eu mesma não conseguia explicar, ou entender. Por mais que eu quizesse parar elas se mantinham batendo, e não havia mais silêncio; senti o colchão amolecendo embaixo de mim, me vi derramada e misturada a mil outros fluídos que inundavam o quarto.
Acordei assustada. Mais assustada eu fiquei ao perceber que aquela não era a minha cama, aquele não era o quarto que eu estava acostumada a olhar toda vez que eu acordava e toda vez que eu dormia, toda vez que me vestia e me despia, toda vez que penetrava naquele escuro vazio, toda vez que voltava à realidade; era um lugar diferente, era como se tudo estivesse repleto de água, de energia azulada e contaminante, como se tudo fosse eu, eu fosse tudo.
Desprevinida, me surprendi acordando de novo. Os segundos badalavam na minha cabeça com uma constânia descomunal, e a última coisa que me lembro de ter visto foi o sol, que já estava de saco cheio de olhar esse lado do mundo e ía dar uma espiada no outro. A luz foi desaparecendo, desaparecendo, até que tudo virou uma treva densa e penetrante, um escuro repleto de mil coisas quentes, de mil calores diferentes, um escuro que gotejava por toda parte.
Acordei já exaurida, quando de repente fui arrebatada por uma onda de luz, que me ofuscou e me deixou com os olhos ardidos; brilhava tanto, que me fez perder o controle motor, a nõção do tempo, a idéia de lugar e de matéria; me fez cair num lugar onde as almas flutuam, onde o material é só mais uma rebarba do que realmente existe: um fluxo energético de sentimentos, dúvidas, curiosidades, incitações...
E novamente me vi arrebatada pelo fim do meu sonho, caindo novamente na minha cama, exausta. A cama era macia, fria, o dia já tinha quase passado. Virei-me e ele estava lá, me olhando, como se eu fosse a coisa mais importante do mundo. Foi então que caí em mim: nada do que eu senti tinha sido um sonho.

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